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Manguezais são a base de um ecossistema biodiverso, e atuam como berçário e protetor contra as mudanças climáticas

Os manguezais são ecossistemas típicos da zona costeira de regiões tropicais e subtropicais. Eles são definidos como zonas de transição entre o ambiente marinho e o terrestre. Um manguezal é formado por árvores que possuem raízes aéreas, e outras espécies arbustivas que são capazes de resistir ao fluxo marítimo – e, consequentemente, à água salgada do mar.

Características do manguezal

A existência de manguezais é uma das bases de um ecossistema biologicamente diversificado, rico e produtivo. Por isso, são lar e local de alimentação de uma série de espécies, muitas das quais estão em extinção. Apesar disso, os manguezais representam menos de 1% de todas as florestas tropicais do mundo. Daí a importância de preservá-los, afinal, eles contribuem para o bem-estar das comunidades costeiras, como fonte de renda e alimentos devido às espécies vegetais e animais que residem ali.

As condições ideais para um manguezal é uma temperatura média anual entre 15ºC e 20ºC, e uma precipitação maior do que 1.500 mm por ano. Com grande biodiversidade, os manguezais são importantes para a reprodução da fauna aquática, pois apresentam condições ideais para o desenvolvimento de várias espécies. Além disso, existem aproximadamente 70 espécies de árvores de mangue identificadas em todo o mundo, como o mangue-branco ou Laguncularia racemosa.

As árvores de mangue são halófitas, ou seja, plantas que se desenvolvem em condições salgadas. As árvores do mangue são características desse ecossistema. Elas são halófitas, ou seja, plantas que se desenvolvem sob a ação diária da água salobra. Geralmente lamacento, o seu solo contém grande quantidade de matéria orgânica, permitindo a adaptação e o desenvolvimento da vegetação típica. Sua cobertura de costas e pântanos tem várias espécies de pássaros, mamíferos, crustáceos e peixes.

Além disso, os manguezais preservam a qualidade da água doce e salgada e reduzem a poluição por filtragem de materiais em suspensão e assimilação de nutrientes dissolvidos. Eles também influenciam na economia local, com atividades voltadas para a aquicultura.

Outros pontos importantes:

  • São a base de uma complexa cadeia alimentar marinha;
  • Fazem a ciclagem de nutrientes, a partir da atividade de decompositores;
  • Servem como um “berçário” que oferece proteção à prole de diversas espécies que se reproduzem ali;
  • Fazem a filtragem e assimilação de poluentes do escoamento das terras altas;
  • Estabilizam sedimentos de fundo;
  • Ajudam a melhorar a qualidade da água.
manguezal
Manguezal. Imagem de Lilibeth Rodríguez por Pixabay 

Impactos ambientais

As árvores são a base da cadeia alimentar marinha e do ciclo alimentar detrítico. À medida que as folhas dos manguezais caem nas águas, são colonizadas por fungos e bactérias. Estas, por sua vez, convertem compostos de carbono em material de detrito, rico em nitrogênio.

Os resíduos desse processo, repletos de micro-organismos, tornam-se alimento para animais menores, como minhocas, caracóis, camarões, moluscos, mexilhões, cracas, mariscos e ostras. Por sua vez, esses animais servem de alimento para outros, como peixes, caranguejos, e até mesmo o ser humano.

Por conta das mudanças climáticas, geradas por atividades humanas, os manguezais se encontram em ameaça, colocando em risco a existência das espécies que dependem dele. Alguns dos impactos ao meio ambiente que afetam os manguezais são:

  • Contaminação da água por esgoto e efluentes químicos, como o petróleo;
  • Impactos da pesca e criação de camarões;
  • Construções residenciais;
  • Contaminação do solo; e
  • Desmatamento e degradação da vegetação (confira os estudos: 1, 2, 3).

O desmatamento , por sua vez, gera impactos como a erosão do solo, furacões, tsunamis e tempestades com alto poder de destruição. Isso porque os manguezais tem papel fundamental na mitigação desses fenômenos. Como membros naturais do sistema estuarino, os manguezais ajudam a mitigar os efeitos ambientais adversos da atividade humana e da poluição.

Brasil

No Brasil, os manguezais estão presentes desde o estado do Amapá, no norte, até o estado de Santa Catarina, no sul. O litoral norte possui uma área de aproximadamente 8.000 km quadrados de manguezais. No litoral do Pará e do Maranhão, tem uma faixa contínua de 700.000 hectares. Essa área corresponde aproximadamente a 85% de todos os manguezais brasileiros.

O país é dono de uma das maiores áreas e a maior extensão contínua de manguezais no mundo. No Brasil, são encontrados quatro tipos de mangue:

  • Mangue vermelho (Rhizophora mangle);
  • Mangue preto;
  • Mangue branco; e
  • Mangue de botão.

Para preservar esse tipo de ecossistema, é importante incentivar algumas medidas, como exploração sustentável, reflorestamento e a manutenção dos manguezais. Alguns estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, possuem programas de reflorestamento dos mangues e da Mata Atlântica. Por outro lado, no Código Florestal, que regulamenta o uso da terra e as áreas de preservação, não há tanta proteção. O instrumento legislativo permite a exploração de algumas partes do manguezal (saiba mais lendo o estudo: 4).

Aquecimento global

Os manguezais são uma proteção natural contra as tempestades tropicais e evitam a inundação de campos agrícolas pela água do mar. Além disso, também ajudam a evitar que o CO2 entre na atmosfera. Pesquisas mostram que 10% das emissões de carbono causadas pelo desmatamento são fruto da destruição dos manguezais. De acordo com um estudo publicado na revista Nature Geoscience, as florestas de mangue costeiras contêm 1.023 mg de carbono por hectare em média.

Ao proteger as florestas de mangue, é possível reduzir os efeitos das mudanças climáticas, pois sua vegetação tem a capacidade de armazenar gás carbônico da atmosfera. Pesquisas sugerem que essa capacidade de armazenamento é superior à capacidade de ecossistemas costeiros. No entanto, efeitos como aumento do nível do mar, tempestades e temperatura e a alteração do regime de chuvas geram impactos negativos aos manguezais, interferindo na capacidade de mitigação das mudanças climáticas.


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